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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Administrando...agora o futebol

No último post recebi um comentário da Amanda que me fez pensar bastante. Realmente quem o leu pode pensar que eu não estou animado com o curso de Administração. Refleti bastante e percebi que esse problema do capitalismo, exploração do próximo, competição predatória e etc não é um caso isolado desse curso apesar dele estar intimamente envolvido com essa realidade. Em quase todas as áreas profissionais do mundo você fará parte desse ciclo vicioso. É uma pena, mas é verdade. E fica a nosso critério: fechar os olhos para essa realidade ou tentar mudá-la.

O sistema econômico é só uma parte de toda injustiça existente no mundo. Acabamos voltando ao ponto crucial da sociedade que envolve eleições, educação, conscientização e toda aquela gama de fatores que fazem o mundo ser como ele é. E quem sou eu para discutir soluções para um mundo inteiro?

Um outro assunto que me ocupou muito o pensamento nos últimos dias foi o futebol atual. Não o esporte em si, até porque eu estaria entrando em um assunto no qual alguns dos poucos leitores do meu blog não se interessam. Mas, sim, na realidade econômica do futebol. Não torcemos mais para clubes e sim para empresas. Hoje ganha campeonato o clube que é melhor administrado e não o que revela mais talentos (apesar desses fatos estarem interligados às vezes). Uso como exemplo o São Paulo, que nos últimos anos tem ganhado vários títulos não porque teve a sorte de revelar jogadores como um Zico ou um Pelé, mas porque tem no setor adminsitrativo um time mais competente. O jogo hoje não é mais dentro das quatro linhas do estádio, mas dentro das quatro paredes dos escritórios dos clubes e empresários.

Pensando racionalmente esse é um fato muito agradável: os jogadores hoje são trabalhadores como outro qualquer com seus direitos e deveres, o dinheiro dos clubes é melhor administrado, os clubes tem muito mais força para lutar pelos seus direitos e tudo está legalizado perante a lei. Claro que tudo isso na teoria, porque existem muitos exploradores e picaretas nesse meio. Mas, se pensarmos por esse lado, não existe praticamente nada justo no mundo.

Mas e a paixão dos torcedores pelos clubes? Quem realmente torce para algum clube deve saber do que eu estou falando. Nossa torcida fica condicionada ao trabalho da diretoria. Semana passada mesmo eu estava comemorando que o novo presidente do Palmeiras é um dos melhores economistas do Brasil. Será que isso é bom? Há 50 anos atrás os clubes já tinham uma certa administração, mas a coisa era mais livre, não existia um comércio tão grande de jogadores, eles de identificavem com o clube e ganhava campeonato quem desse sorte de revelar grandes jogadores. E esse era o barato porque ficava imprevisível quem seria o campeão antes que os grandes talentos aparecessem. Agora a coisa é mais certinha. É só um clube começar com uma boa administração que daqui há alguns anos ele estará comemorando títulos.

O futebol como um negócio pode ser um avanço em muitas áreas, mas é injusto com o amor aos clubes que muitos brasileiros têm. E esse amor é algo que não se explica, é algo que faz homens se abraçarem, chorarem como criancinhas e está presente em milhares de pessoas não só no Brasil. Eu mesmo já pensei em parar de torcer para o Palmeiras quando percebi que o dinheiro comandava o futebol atual, mas é algo maior do que eu.

(Percebo que cada vez mais critico o capitalismo e suas vertentes em meus posts - logo eu, que tenho praticemente todos os sonhos baseados nele)

Bom, próximo post a historia de um rapaz indeciso na escolha da faculdade.

3 comentários:

Thiago Dalleck disse...

Existe uma metamorfose (e deve haver um estudo disso) em qualquer tipo de competição. Dou o exemplo aqui de um simples campeonato de videogame, Guitar Hero por exemplo. No começo, eram apenas campeonatos por diversão, ver quem tinha mais talento. Quando o jogo foi banalizado, os prêmios dos campeonatos foram aumentando e hoje tem gente que treina 8h por dia pra poder vencê-los. Então conforme a importância e concorrência, tudo passa de um simples torneio pra um trabalho árduo e específico.

Nos times de futebol, apesar dos jogadores que lá estão sem realmente ter amor à camisa e a gente saber disso, se emocionar e torcer por elencos e diretorias que já foram recicladas por anos e anos está além do que pode imaginar a nossa vã filosofia.

Lucas Pazin disse...

Bom meu 'comempost' vai valer para os dois posts já que o assunto principal é o mesmo.

A gente não pode esquecer que o capitalismo é algo novo que tem, fazendo uma conta simplória, claro, uns 75 anos. Se você pensar que a idade média durou séculos, que o sistema feudal durou muito mais que esses 75 anos e colocar na conta ainda que o mundo ficou dividido entre capitalismo e socialismo por uma boa parte desses anos, vai perceber que esse sistema econômico é um bebê que tenta evoluir demasiadamente depressa pelo simples motivos de as pessoas não o entenderem e o 'usarem' de uma forma errada.

Essa prematuridade faz com que tenhamos desgastes e pensamentos desse tipo de que se esse sistema é realmente o mais justo ou correto, e os sintomas começam a aparecer numa crise econômica gerada pela ganância e especulação de humanos que vivem do capitalismo. Claro que não é uma grande ironia, é mais um tapa na cara do ser humado de que ele tá indo pra caminho errado e querendo dar passos maiores que sua época, onde nesse caso não é bom querer ser ousado e 'jogar no escuro'.

Em relação ao futebol, é mais uma vertente clara de como esse pensamento distorcido do capitalismo pode fazer com uma paixão mundial, uma forma de lazer tornar-se em cifras, lucros ou dívidas. O sentido de se torcer por um time ou outro, atualmente, é banal, o 'por que?' não interessa, e a partir do momento que o dinheiro de sheiks arábes do petróleo compra clubes pelo mundo afora deixa sim esse esporte mais capitalista que os outros. Mas se isso acontecesse com todos os esportes, talvez não seria um empicílio...

Bom, o que se pode imaginar com tudo isso é que mais uma vez surgirá um novo sistema ou uma adaptação desse atual, quando o mesmo não se auto-suportar, reformulando o modo de viver e pensar das pessoas. Aí temos dois pontos: primeiro, o problema é que se fizermos uma análise dessa evolução de sistemas sócio-econômicos veremos que eles só 'pioraram' e tornaram as pessoas cada vez mais competitivas, o que faz prever que se seguirmos essa corrente, o futuro será pior que o presente; segundo, a primeira opção pode ser desfeita e depende simplesmente do que fizermos agora, das pessoas que estão no poder, e nada melhor que uma crise financeira para mudar a percepção das pessoas, porque, como eu estava pensando, a maravilha da crise econômica é que ela afeta a todos, mais alguns que outros, mas a todos, pobre ou rico, oriente ou ocidente. Afinal, vivemos crises todos os dias, seja crise de violência, segurança, educação ou habitação, mas isso não é capaz de afetar a toda população mundial. Ou seja, o capitalismo dá a solução para seu próprio problema, o dinheiro mexe com as pessoas, o dinheiro move as pessoas, não há melhor forma de afetar as pessoas hoje em dia do que mexendo no financeiro. Essa dependência está clara, uma mudança de postura está mais ainda e há muito mais tempo. Parece que tudo explode de uma vez: aquecimento global, crise econômica e etc etc etc. Mas convenhamos que os mais adeptos do capitalismo, os mais fiéis desconfiavam, no mínimo, que isso aconteceria.

Ufaa... ficou grande, hauhuahuhua. A idéia de socialismo está muito recente para se lutar contra o capitalismo, pessoas que passaram aquela época ainda estão no poder, ou se não, as que estão sofrem as consequências do período da bipolaridade mundial. Você lutar contra ele, criticá-lo é ser taxado com ideais socialistas, mais um prova da ignorância que persiste nas pessoas. Eu acredito numa nova forma de se viver, um novo sistema econômico, vamos ver aonde nos leva essa crise e essa onda 'yes, we can', que parece ser tão boa quanto meus pensamentos para a humanidade. Duvido. Mas prefiro ser calado do que ter certeza.

Só pra acabar, e até tem a ver com o assunto desse post, na revista do SPFC saiu uma matéria com o Marco Aurélio Cunha, Douglas... você sabe quem é... então, ele conta o porque ele resolveu se candidatar a vereador, e a iniciativa partiu do Kassab que o convidou, ele na dúvida e os parentes não querendo, disse não. O Kassab disse mais ou menos o seguinte pra ele: "Esse é o problema do Brasil, só continua nessa situação porque as pessoas capazes se ausentam e se omitem." O Kassab não é um grande político pra mim, tem muito o que fazer, votei nele pra prefeito sim, espero muito dele, mas dentre acertos e erros, o que ele disse, segundo o MAC, é a maior verdade no Brasil. Isso bate na minha cabeça pelo menos uma vez ao dia e espero não me decepcionar no futuro quando lembrar desses meus ideais e pensamentos a respeito. Sei que você tem também e muito dos nossos amigos também, e espero igualmente que não nos omitemos para mudar algumas das muitas coisas erradas no nosso país.

Agora eu paro. Abraços!

Thiago Dalleck disse...

Put@ que pariu Lucas, ficou maior que o post do Douglas, hahaha... e eu achando que meu comentário tinha ficado grande...